segunda-feira, 5 de junho de 2017

Sinto falta...


"Eu sinto falta de compartilhar contigo as minhas vitórias e derrotas. De te ligar, no meio da noite, só para ouvir a tua voz de sono e dizer o quanto eu te amo. Eu sinto falta da tua preocupação excessiva, quando tu me pedias para avisar que cheguei bem a casa ou que estava a tomar os medicamentos todos certinhos para me curar de uma constipação qualquer. Eu sinto falta da tua gentileza, de quando me emprestavas o teu casaco quando eu estava a morrer de frio. Eu sinto falta de acompanhar a tua rotina. De saber se o teu armário ainda continua arrumado, depois daquela vez que eu gastei algum tempo a organizá-lo. Se os móveis da tua casa mudaram de lugar. Eu sinto falta de te abraçar e saber que tenho um porto seguro, de sentir que tenho alguém para me proteger e cuidar. Eu sinto falta de aprender contigo tudo o que tu me ensinavas. Eu sinto falta do teu toque, que secava as minhas lágrimas quando elas insistiam em cair. Eu sinto falta de tu me dizeres que tudo iria ficar bem, que era apenas uma fase difícil, mas que tu estarias comigo para me ajudar. Eu sinto falta de ler o teu nome no meu telefone, seja de uma chamada para lamentar a saudade ou uma mensagem para dizer que tu estavas feliz porque nos íamos encontrar mais tarde.

Eu sinto falta dos nossos domingos sem fazer nada. Nunca precisámos de muita coisa, apenas a nossa vontade em estarmos de mãos dadas. Não importa o que estivéssemos a fazer, era sempre tempo bem passado e eu sentia-me bem. Eu sinto falta da nossa calma, quando pedíamos um ao outro para ter paciência e para respirar um pouco mais fundo quando algo não corria bem. Eu sinto falta de tanta coisa, dos mínimos detalhes que só nós sabemos. 

Eu sinto a tua falta, mesmo. Não é apenas saudade! A saudade bate forte e depois vai embora, de quem um dia foi e depois volta. Falta é aquilo que consome e não passa, de alguém que um dia foi e sabemos que, talvez, nunca mais volte. 

Agora eu tento acreditar que se as coisas correram desta forma, então já eram para ser assim, aliás, não eram para ser. Ou então duraram apenas o tempo que deveriam durar, sem culpas. 

Eu tenho pensado sobre isto… a verdade é que eu sinto a tua falta, e tu sabes que eu sinto, mas finges que não sabes ou que não queres saber. 

Por isso não vais ouvir a palavra “saudade” da minha boca."

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